Estudos de Caso com Impacto
Uma Ponte para a Sociedade
No CIEC preocupamo-nos com o impacto dos resultados do trabalho dos nossos investigadores no quotidiano das pessoas e das organizações. Nesta secção apresentamos alguns estudos de caso de sucesso que proporcionam uma forte contribuição para a mudança e melhoria da sociedade.
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Criação da Associação
Anti-Bullying
(2015) -
"Vacina"
Anti-Tabágica
(2016) -
Internacionalização: Educação e Promoção da Saúde
(2017) -
Educação Literária e Literatura Infantil
(2018) -
MOBEYBOU: os materiais digitais que estimulam a interculturalidade da 1.ª infância
(2022)
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Investigador do CIEC cria Associação Anti-Bullying
Paulo Costa e mebros da AABCJ recebidos na Câmara pelo seu presidente, Ricardo Rio. Clique na imagem para saber mais. A Associação Anti-Bullying com Crianças e Jovens - AABCJ - foi criada em 12/08/2015, por iniciativa de Paulo Costa, professor do ensino primário Básico 2,3 e também estudante de doutoramento em Estudos da Criança e Investigador do CIEC. O principal objetivo da Associação é sensibilizar a população para o bullying e as suas nefastas consequências, bem como disseminar comportamentos pró-ativos entre crianças e jovens, promovendo atividades preventivas sobre o tema e oferecendo acompanhamento especializado às vitimas de bullying.
As estatísticas revelam que a problemática do bullying pode afetar mais de 200 mil estudantes portugueses, um em cada cinco crianças e jovens. A situação em Portugal é mesmo pior que a média europeia, de acordo com um relatório da UNICEF. Dada a gravidade destes números e o impacto duradouro que provoca nas vidas das crianças, os estudos conduzidos são não só necessários, mas requerem também uma intervenção imperiosa entre as novas gerações. Isto traduz-se num elevado número de produtos de investigação, desde estudos teóricos a jogos de computador para combater o problema.Encontro da AABCJ com o Arcebispo de Braga,
D. Jorge Ortiga.
A escolha de Paulo foi envolver tantos atores quanto possíveis, especialmente as próprias crianças e jovens. Tendo iniciado com apenas alguns poucos patrocínios no começo do seu trabalho, os resultados subsequentes da implementação da pesquisa demonstraram merecer o apoio da Câmara Municipal de Braga, do Instituto Português do Desporto e Juventude, da Nexus e da Fundação Vox Populi. Mais recentemente, um largo espectro de agentes sociais envolveram-se neste processo, como o Arcebispo de Braga e autoridades escolares locais.
As novas redes sociais revelaram-se constituir um recursos estratégico da Associação, como o seu blog e a sua impressionante página do Facebook com 13000 “seguidores”. Mas a Associação também despertou a atenção dos media convencionais, sendo notícia em três estações de TV, seis jornais, três estações de rádio e mais de uma dúzia de publicações on-line.
Uma criança apresentando ideias da AABCJ numa das diversas atividades da Associação. Embora a investigação de Paulo Costa seja predominantemente quantitativa, ele desenvolveu o seu trabalho com base numa abordagem de investigação-ação, tal como sublinha: “é importante encorajar os cerca de 70% das crianças que não têm qualquer participação no processo de bullyig a denunciar os possíveis casos”. Isto só pode ser conseguido com um contacto próximo com os estudantes nas escolas, pelo que a Associação vê-se a braços com uma agenda apertada em 2016: visitas, debates, seminários, exposições e até mesmo a produção de uma peça de teatro. Estes são instrrumentos desenhados para "passar a palavra" e conscientizar as pessoas acerca do bullying.
Atualmente, estas atividades só são possíveis graças ao suporte dos quase 200 associados que aderiram somente nos primeiros quatro meses, uma ajuda preciosa para a Associação, enquanto parcerias adicionais para alcançar a sustentatbilidade financeira estão a ser trabalhadas.
O investigador do CIEC foi inicialmente tocado pela problemática do bullying quando teve de lidar com um caso específico entre os seus estudantes. Ele então decidiu aprofundar conhecimentos sobre o assunto e decidiu direcionar o seu projeto de doutoramento ao bullying. Durante este processo de investigação, um facto na escola em que lecionava foi decisivo para a criação da AABJC: um caso extremo de bullying aconteceu com um estudante que se suicidou devido ao alegado bullying contínuo. Desde então Paulo tornou-se emocional e pessoalmente envolvido como um devoto ativista anti-bullying.
Paulo fala com a comunicação social. Atualmente, Paulo Costa está a concluir o seu doutoramento sob a orientação da Profª. Doutora Beatriz Pereira, que tem vindo a desenvolver no CIEC* estudos sobre o bullying. O investigador tem já planos para estudos pós-doutorais sobre o bullying entre adultos.
* Alguns produtos da investigação:
Melim, F. M., & Pereira, B. (2015). A influência da Educação Física no bullying escolar: A solução ou parte do problema. Revista Ibero-americana de Educação, Vol. 67, nº 1 , pp. 65-84. (ISSN: 1022-6508; )
Costa, P., Farenzena, R., Simões, H. e Pereira, B. (2013). Adolescentes portugueses e o bullying escolar: estereótipos e diferenças de género. Revista Interacções, número especial - adolescência, género e violências , Vol. 9, nº 25 , pp. 180-201.
Silva, M., Pereira, B., Mendonça, D., Nunes, B., Oliveira, W. (2013). The involvement of girls and boys with bullying: an analysis of gender differences. International Journal of Environmental Research and public Health, Vol. 10, nº 12 , pp. 6820-6831. (DOI: 10.3390/ijerph10126820;)
Pereira, B., Costa, P., Melim, F., & Farenzena, R. (2011). Bullying escolar: Programas de Intervenção Preventiva. In: M. L. Gisi & R. T. Ens (Eds.), Bullying nas Escolas: Estratégias de Intervenção e Formação de Professores. Curitiba, Brasil: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. pp. 135-155.
Notícias a respeito no blog do CIEC:
Investigador do CIEC comenta nos media o caso de Bullying no Seixal
Pandemia trava bullying nas escolas, mas PSP ainda registou 115 casos
“Bullying não é modernismo, é um fenómeno grave”
Associação Anti-Bullying completa 1 ano de atividades
Associação AntiBullying na Rúbrica “Portugal Solidário”
O bullying “é uma coisa para ser resolvida entre as crianças”
Investigador do CIEC cria “Associação Anti-bullying”
Investigador do CIEC em destaque nos media
Investigador do CIEC no Porto Canal
Investigador do CIEC fala de bullying e homofobia entre jovens na TVi24
Bullying em debate com investigadora do CIEC no “Jornal Diário” do “Porto Canal”
“Update” do artigo dos investigadores do CIEC sobre “Bullying Homofóbico” nos media
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Investigador do CIEC apresenta "Vacina Anti-Tabágica"
Assinatura do protocolo entra a UMINHO e Câmaras Municipais. Da esquerda para a direita, António Vilela,
presidente da Câmara Municipal de Vila Verde; Rui Vieira de Castro, Vice-Reitor da UMINHO;
Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga; José Precioso, investigador do CIEC.A criação de uma "Vacina Antitabágica" foi o culminar de um trabalho de década e meia do investigador do CIEC José Precioso. O público alvo são crianças e jovens, através de três "doses da vacina" a serem aplicadas em diferentes etapas do seu crescimento: a primeira, denominada "Domicílios sem fumo", em alunos do 4º ano; um primeiro reforço, o "SmokeOut I", no 6º ano de escolaridade, e uma última dose a ser ministrada a estudantes do 9º ano. As "Vacinas Antitabágicas" tratam-se, pois, de programas educacionais que visam, através da educação para a saúde, desenvolver nos alunos resistência contra os fatores que os podem levar a ser fumadores. Neste momento, o programa está sendo aplicado a estudantes do ensino primário das cidades de Braga e Vila Verde.
A problemática em si é bem conhecida e há números bastante indesejáveis, tanto a nível nacional quanto internacional: um estudo da equipa do investigador José Precioso, de 2010, divulgado pela Direção-geral da Saúde, revela que uma em cada três crianças em Portugal estejam expostas ao tabaco em casa e no carro; a nível internacional, um relatório de 2011 da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a exposição passiva ao fumo é causa de 600 mil mortes por ano, sendo 28% delas de crianças. Considerando ainda as futuras vítimas e o prejuízo nas vidas de inúmeros fumadores ativos precoces, torna-se crucial atacar frontalmente este comportamento evitável.Um experimento apresentado aos estudantes
O programa "Domicílios sem Fumo" tem como finalidade promover a prevenção do tabagismo e da exposição ao fumo ambiental do tabaco, em casa e no carro, levando as próprias crianças a sensibilizar os seus familiares a não fumarem nestes locais. Este programa foi desenvolvido no âmbito do projeto "Prevenção das Crianças à exposição do fumo ambiental do tabaco no seu domicílio". Na sua avaliação participaram quase 800 crianças. Um ano depois, verificou-se que cerca de 20% dos pais fumadores abandonaram o vício do tabaco. Metade deixaram de o fazer dentro de casa ou do carro, contribuindo para a melhoria da qualidade do ambiente circundante dos menores.
Os "reforços" das vacinas, os programas SmokeOut I e II são constituídos por 6 a 15 sessões durante um ano letivo, e mais de 600 alunos do 9º ano participaram na sua avaliação. Depois da aplicação do programa, por exemplo, registou-se uma queda acentuada entre os rapazes consumidores regulares de tabaco, cuja prevalência passou de 10% da amostra para 4% depois de lhes terem sido ministrado o programa.
Sessão do SmokeOut I com jovens na escola
O programa das "Vacinas Antitabágicas" tiveram raízes em planos similares desenvolvidos por volta do ano 2000, e são especialmente endereçados às raparigas, pois constatou-se uma maior prevalência do consumo de tabaco neste grupo durante a realização do projeto "Determinantes do consumo de tabaco em função do género: implicações para a criação de uma geração de não fumadores", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Em consequência dos produtos resultantes destas pesquisas, foi assinado um protocolo entre as Câmaras Municipais de Braga e Vila Verde. O protocolo visou garantir o envolvimento dos dois municípios na produção de materiais pedagógicos necessários à implementação do programa da "Vacina Antitabágica" a todas as turmas do 4º ano das escolas públicas de ambas as cidades.
O trabalho do investigador neste domínio alargou-se, contudo, a diversas outras iniciativas contra os comportamentos aditivos em jovens, quer a participar em programas informativos de opinião pública, assinando artigos de opinião na comunicação social ou ainda a encabeçar um abaixo-assinado que foi enviado ao Ministério da Educação, visando banir o fumo em automóveis com crianças, posição que já defendia desde muito. O seu envolvimento com esta causa vem de mais "longe", datando da década de 90 os primeiros passos, durante a realização do seu mestrado nesta temática. Outro marco importante deu-se em 2001, quando foi sócio fundador da "Associação para a Prevenção e Tabagismo de Braga" (atualmente denominada "Confederação Portuguesa para a Prevenção do Tabagismo". O trabalho de sensibilização da comunidade para a problemática do tabagismo desenvolvido por esta associação deu origem a um plano regional de prevenção. Este foi premiado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e, posteriormente, viria a inspirar o atual Programa Nacional de Prevenção e Controlo do Tabagismo.
* Alguns produtos da investigação:
José Precioso, José Cunha Machado, Carolina Araújo & Isabel Sousa (2017). Relatório da Direção Geral de Saúde: Prevalência de crianças portuguesas expostas ao fumo ambiental do tabaco em casa e no carro
Precioso J, Reis F, Sousa I, Sousa C, Machado J, Dias L, Samorinha C, Antunes H. (2016). Opinions on a car smoking ban: a needed guide for public health decision-makers. Gaceta Sanitaria 2016; 30(1):86-7
Brito I, Precioso J, Correia C, Albuquerque C, Samorinha C, Cunha-Filho H, Becoña E. (2016). Fatores associados ao consumo de álcool na adolescência, em função do género. Psicologia, Saúde & Doenças, 2015, 16(3), 392-410
Vitória, Paulo; Machado, José Cunha; Araújo, Ana; Ravara, Sofia; Samorinha, Catarina; Antunes, Henedina; Rosas, Manuel; Becoña, Elisardo; Precioso, José (2015). Children's exposure to tobacco smoke pollution at home by region: A cross-sectional study. Revista Portuguesa de Pneumologia, Vol. 21, nº 4 , pp. 178-184. (ISSN: 0873-2159;)
Paulo D. Vitória, José Cunha Machado, Sofia B. Ravara, Ana Carolina Araújo, Catarina Samorinha, Henedina Antunes, Manuel Rosas, Elisardo Becoña, José Precioso (2015). Portuguese children's exposure to second-hand tobacco smoke in the family car. Gaceta Sanitaria, Volume 29, Issue 2, March–April 2015, Pages 131-134
Notícias a respeito no blog do CIEC:
Investigador do CIEC coordena acordos entre UMINHO e municípios de Braga e Vila Verde
Câmara de Braga implementa protocolo com investigador do CIEC
Investigador do CIEC no programa “Antena Aberta”
Promoção da Saúde, artigo de investigador do CIEC no “Diário do Minho”
Investigador do CIEC encabeça abaixo-assinado
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CIEC como referência internacional na área da Educação e Promoção da Saúde
Alguns momentos do projeto BIOHEAD-CITIZEN A área da Educação e Promoção da Saúde tem vindo a ser desenvolvida no CIEC ao longo dos anos, com a criação de fortes ligações internacionais, especialmente com países europeus e com o Brasil.
O Princípio
Um dos primeiros e mais fortes elementos mobilizadores da internacionalização foi o projeto Europeu FP6 - STREP "Biology, Health and Environmental Education for better Citizenship" (BIOHEAD-CITIZEN; CIT2-CT-2004-506015; 2004-2008), coordenado pela atual diretora do CIEC, Profª Graça Simões de Carvalho. Este projeto envolveu 19 países europeus, africanos e do próximo oriente, sendo analisados manuais escolares e as conceções de professores e de futuros professores destes países sobre seis temas, sendo a Edução para a Saúde um dos principais. Em janeiro de 2014 o projeto BIOHEAD-CITIZEN foi galardoado com o prémio Europeu “ Social Literacy LED Certificate”.O projecto BIOHEAD-CITZEN foi galardoado
com o prémio LED
A Parceria Estratégica com França
A nível europeu destaca-se a estreita colaboração com França, nomeadamente com a Universidade de Claude Bernard Lyon-1, inicialmente através do Prof. Pierre Clément, desde 1999, envolvendo projetos de investigação e a participação em dez júris de doutoramento e cinco de mestrado. Um dos produtos resultantes desta parceira foi o doutoramento desenvolvida em co-tutelle entre a Universidade do Minho e a Universidade de Lyon 1 pela atual investigadora integrada do CIEC, Zélia Anastácio, com a tese intitulada “Educação Sexual no 1º Ciclo do Ensino Básico: Concepções, obstáculos e argumentos dos professores para a sua (não) consecução" (2007), orientada pela investigadora do CIEC, Profª Graça Simões de Carvalho, e pelo Prof. Pierre Clément da Universidade de Lyon-1.
Ainda na Universidade de Lyon, a Profª Graça Simões de Carvalho, participou num júri de “Habilitation à Diriger les Recherches” (2011) e em júris de concurso para “Recruitment de Maitre de Conférence en Education à la Santé” (2015) e para “Recruitment de l’Enseignant Chercheur en Education au Développment Durable” (2016).O doutoramento honoris causa atribuído à investigadora Graça S. Carvalho (clique na imagem para a ver maior) O Reconhecimento
Volvidas quase duas décadas de trabalho desenvolvido em estreita parceria, em 2017 a Universidade Claude Bernard Lyon-1 decidiu atribuir à Profª Graça Simões de Carvalho o grau honorário de Doutor Honoris Causa.
O reconhecimento internacional havia já sido evidente quando a autoridade administrativa francesa AERES, atualmente designada HCÉRES (Haut Conseil de l’Évaluation de la Recherche et de l’Enseignement Supérieur), convidou a investigadora do CIEC, Profª Graça Simões de Carvalho, a integrar o comité de experts para avaliação da Unidade de Investigação H2SEP, da Universidade Claude Bernard, Lyon-1 (2014-2015). Atualmente a mesma investigadora é Membro Associado do Laboratório ACTé (Activité, Connaissance, Transmission, Education) da Universidade Blaise Pascal, em Clermont-Ferrand e da UNIRéS (le Réseau des Universités pour l’Éducation à la Santé).
O reconhecimento da área da Educação e Promoção da Saúde do CIEC é também observado noutros países europeus como na Alemanha, Roménia, Grécia e Chipre. Na Alemanha, em 2013, a Profª Graça Simões de carvalho foi convidada pelo Ministério da Educação Alemão (BMBF - German Federal Ministry of Education and Research) para integrar o painel internacional de especialistas no concurso nacional alemão a projetos de investigação em “Research Consortia on Primary Prevention and Health Promotion”.
Da mesma forma a German-Israeli Foundation for Scientific for Scientific Research and Development (GIF) também a convidou para avaliar projetos em 2014 e em 2016.
Na Roménia, a mesma investigadora do CIEC integrou o painel de experts da “Romanian National Authority for Scientific Research and Innovation” através do “National Education and Scientific Research and its Executive Agency for Higher Education, Research, Development and Innovation Funding (UEFISCDI) para avaliação de projetos em 2015 e 2016.
Na Grécia, desde 2013, Graça Simões de Carvalho é membro externo do painel APELLA para concursos académicos de membros de instituições académicas gregas, participando especialmente em concursos para a categoria equivalente a Professor Catedrático.
Em Chipre, exerce equivalente função desde 2017.
O reconhecimento internacional também se verifica em Israel, com a fundação “Israel Science Foundation” a convidar a Profª Graça Simões e Carvalho a avaliar projetos de investigação, em 2012.
Uma outra forma de reconhecimento refere-se ao convite de entidades internacionais para o CIEC organizar os mais reconhecidos encontros científicos desta área de investigação. Assim, o CIEC organizou a Summer School da ESERA (European Science Education Research Association) em 2006; a 8ª Conferência da ERIDOB (European Researchers in Didactics of Biology) em 2010; a 3rd SHE Autumn School on State of Art of School–Based Health Promotion in Europe em 2013; e o XVII Simpósio da IOSTE (International Organisation for Science and Teaching Education) em 2016.
XVII IOSTE 2016, organizado pelo CIEC, recebeu
participantes de cinco diferentes continentes
A Aposta no Brasil
A internacionalização da área de Educação e Promoção da Saúde do CIEC no Brasil tem-se vindo a desenvolver desde 2010 com diversas universidades em território brasileiro, porém mais intensamente com duas universidades: a UNIJUI (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul) e a UEM (Universidade Estadual de Maringá, do Paraná). A colaboração tem-se vindo a efetuar não só em projetos científicos mas também na lecionação de “Seminários temáticos” na área da Educação e Promoção da Saúde e na Literacia/Alfabetização em Saúde. Este intercâmbio tem vindo a ser reforçado com a consultadoria do CIEC, através da Profª Graça Simões de Carvalho, em projetos de pesquisa da UNIJUI e da UEM financiados pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul), entre 2014 e 2017. Neste âmbito, a investigadora do CIEC participou em sete júris de doutoramento e em oito júris de mestrado destas universidades.
As atividades desenvolvidas em colaboração deram origem à produção de diversos artigos científicos e, particularmente, livros que têm tido repercussões nos média e na comunidade local.Aula Inaugural do Curso de Mestrado de Atenção Integral à Saúde, pela UNIJUÍ e a UNICRUZ ('Universidade de Cruaz Alta') De especial relevância é a organização pelo CIEC do próximo “V Congresso Internacional de Saúde" a ser realizado na Universidade do Minho em 2018 (10-13 julho). Todas as edições anteriores bienais foram realizadas na UNIJUÍ, RS, Brasil.
* Alguns produtos da investigação:
Berger, D., Bernard, S., Wafo, F., Hrairi, S., Balcou, M. & Carvalho, G.S. (2011). Éducation à la Santé et à la Sexualité : qu'en pensent les enseignants? Étude comparative dans 15 pays. Carrefours de l’éducation, 32, 75-97
Carvalho, G.S. Dantas, C., Rauma, A.-L., Luzi, D., Ruggier, R., Geier, C., Caussidier, C., Berger, & Clément, P. (2008). Comparing health education approaches in textbooks of sixteen countries. Science Education International, 19 (2) 133-146
Carvalho, G.S., Araújo, M.C.P., Boff, E.T.O., Tracana, R.B. & Saboga-Nunes, L. (2016). European health literacy scale (HLS-EU-BR) applied in a Brazilian higher education population of Rio Grande do Sul (RS). In: J. Lavonen, K. Juuti, J. Lampiselkä, A. Uitto & K. Hahl (Eds.), Electronic Proceedings of the ESERA 2015 Conference. Science education research: Engaging learners for a sustainable future, Part 9 (co-ed. M. Achiam & G.S. Carvalho), (pp. 1289-1295). Helsinki, Finland: University of Helsinki. ISBN 978-951-51-1541-6.
Carvalho, G.S., Jourdan, D., Gonçalves, A., Dantas, C. & Berger, D. (2009). Addictive substances: Textbook approaches from 16 countries. Journal of Biological Education, 44, 26-30.
Carvalho, G.S., Silva, R & Clément, P. (2007). Historical analysis of Portuguese primary school textbooks (1920-2005) on the topic of digestion. International Journal of Science Education 29, 173-193.34.
Carvalho, G.S., Silva, R., Lima, N., Coquet, E. & Clément, P. (2004) . Portuguese primary school children’s conceptions about digestion: Identification of learning obstacles. Portuguese primary school children’s conceptions about digestion: Identification of learning obstacles.
Caussidier, C., El-Hage, F., Munoz, F., Remki, L., Larribi, R., Khzami, S.-E., Berger, D. & Carvalho, G.S. (2011). In search of a health education model: teachers’ conceptions in four Mediterranean countries. Carrefours de l’éducation, 32, 75-97
Galvão, C.B, Júnior C.A.O.M. & Carvalho, G.S. (2015). O uso de charges como instrumento para identificação de concepções individuais e representações sociais sobre a dengue. Góndola, Enseñ Aprend Cienc, 10(1), pp.16-25. doi: 10.14483/jour.gdla.2015.1.a01
Jourdan, D., Pironom, J., Berger, D. & Carvalho, G.S. (2013). Factors influencing teachers’ views of health and health education: A study in 15 countries. Health Education Journal, 72 (6), 660-672. (DOI: 10.1177/0017896912459821)
Jourdan, D., Samdal, O., Diagne, F. & Carvalho, G.S. (2008). The Future of Health Promotion in Schools goes through the strengthening of Teacher Training at a global level. Promotion & Education, 15 (3) 36-38.
Jourdan, D., Simar, C., Fitzgerald, S., Carvalho, G.S. (2016). School health promotion and teacher professional identity. Health Education, 116 (2), 106-122 (DOI 10.1108/HE-07-2014-0078)
Júnior, C.A.M., Tomanik, E.A. & Carvalho, G.S. (2016). Análise da transposição didática na formação continuada sobre meio ambiente de professores do ensino fundamental. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 16 (2), 237-256
Pansera, M.C., Boff, E. & Carvalho, G.S. (Eds.) (2016). Conhecimentos, Valores e práticas na Educação em Saúde. Ijuí: Ed. Unijuí. (ISBN: 978-85-419-0190-1).
Pommier, J., Jourdan, D., Berger, D., Vandoorne, Chantal, Piorecka, B. & Carvalho, G.S. (2010). School Health promotion: organization of services and roles of health professionals in seven European countries. Global Health Promotion, 18 (4), 3-13
Destaque em jornal no Brasil
Notícias a respeito no blog do CIEC:
Graça S. Carvalho em entrevista na UNIJUÍI
Diretora do CIEC em entrevista na rádio brasileira “UEM FM”
Criar competências para a vida e para a promoção da saúde
Sobre a colaboração de investigadora do CIEC no Brasil
Investigadora do CIEC palestrante na Universidade Estadual de Maringá (Brasil)
Trabalho de investigadora do CIEC na Universidade Estadual de Maringá (Brasil)
Aula Inaugural ministrada por investigadora do CIEC em universidade brasileira
Investigadora do CIEC em entrevista na Rádio Universitária do Minho (RUM)
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MOBEYBOU: os materiais digitais que estimulam competências interculturais da 1.ª infância
As apps Mobeybou foram finalistas no festival ComKids, o maior festival de aplicações digitais do Brasil, e podem ser descarregadas gratuitamente na internet. O projeto MOBEYBOU iniciou-se em 01.05.2018 e terminou a 30-04-2022, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) com um orçamento de €238.356,71 (referência PTDC/CED-EDG/32580/2017), tendo sido liderado pela investigadora do CIEC Cristina Sylla.
O Mobeybou pretendeu contribuir para o desenvolvimento do conhecimento acerca do potencial de um conjunto de interfaces tangíveis e digitais para promover o desenvolvimento e a aquisição de competências digitais, linguísticas e interculturais em crianças do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo do Ensino Básico. Visou contribuir para preencher a lacuna existente entre as actuais práticas escolares e as competências e ferramentas de aprendizagem necessárias no século 21.
As fases
O projeto dividiu-se em dois momentos distintos. No primeiro momento, foram desenvolvidos os matérias tangíveis e digitais, nomeadamente um manipulativo digital, e um conjunto de histórias digitais interactivas (story apps), sendo a criação de conteúdos centrada na interculturalidade
No segundo momento, foi feita a avaliação empírica dos materiais com crianças do primeiro ciclo do Ensino Básico. As intervenções decorreram em ambiente escolar por um período de cerca de um ano na escola EB 1 de S. Mamede, em Braga. Ao longo da intervenção e partindo dos materiais Mobeybou, a professora Ana Bizarro dinamizou várias atividades, algumas em colaboração com professores de diferentes áreas, tais como a canção Mobeybou ou a festa de final de ano. A canção Mobeybou foi criada pelos alunos sob a orientação da professora, tendo a música sido composta pelo músico bracarense Daniel Cristo, pai de um dos alunos. Na festa final, os alunos construíram em conjunto com os pais os "Shultüten", um recipiente em forma de cone com pequenas prendinhas para festejar o início do ano, replicando uma tradição alemã que é feita no primeiro dia de aulas.Alunos da escola EB1 de S. Mamede a mostrarem o "shultüte"
O projeto envolveu o estudante de doutoramento Douglas Menegazzi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Brasil, e oito alunos de mestrado de diferentes universidades portuguesas, oriundos de várias áreas, tais como a Eletrónica, o Design, a Comunicação e a Educação.
O projeto OUT
A continuação natural do projeto MOBEYBOU é o projeto OUT - Era uma vez: um Kit de Ferramentas para Fomentar o Desenvolvimento de Multiliteracias, Competências Sociais e Sensibilidade Intercultural (referência PTDC/CED-EDG/0736/2021), igualmente financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com um orçamento de €245.863,56 (2022- 2025), aprovado no seu concurso de projetos de I&D de 2021.
O projecto visa investigar em que medida a utilização das ferramentas digitais desenvolvidas no projeto Mobeybou (um manipulativo digital, um storyMaker e um conjunto de histórias digitais interativas) para a cocriação de narrativas interculturais pode promover o desenvolvimento de multiliteracias, competências sociais e sensibilidade intercultural em crianças do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo do Ensino Básico e aferir oportunidades para a mediação dessas aprendizagens por parte dos professores/educadores.Cristina Sylla
Outro reconhecimento indireto ao projeto materializou-se na atribuição à responsável do projeto, Cristina Sylla, de uma das duas posições da categoria de Investigadora Principal a nível nacional na área das Ciências Sociais no Concurso de Estímulo ao Emprego Científico (CEEC) Individual.
Os Materiais Manipulativos Mobeybou
De entre os materiais desenvolvidos no projeto Mobeybou, destacam-se as ferramentas de autoria: um manipulativo digital (MD) que utiliza blocos físicos para interagir com os conteúdos digitais, um storyMaker que reproduz o ambiente do MD (sem os blocos físicos) e um conjunto de cinco histórias interativas. Os MD são objetos com propriedades computacionais incorporadas que permitem manipular conteúdos digitais. São especialmente adequados para crianças, pois promovem a aprendizagem colaborativa e exploratória.
O Manipulativo Digital Mobeybou utiliza blocos físicos para manipular os conteúdos digitais. A ligação dos blocos uns aos outros ativa a sua representação digital no ecrã de um dispositivo. Cada elemento tem animações específicas que exibem ações diferentes. As narrativas visuais desenrolam-se de acordo com a combinação de blocos que os utilizadores ligam entre si, enquanto verbalizam as suas histórias.
O MD e o storyMaker apresentam oito conjuntos culturais que representam diferentes culturas. Cada conjunto é composto por uma paisagem, dois protagonistas, um animal, um antagonista, um instrumento musical e um objeto mágico, sendo que os elementos das várias culturas podem ser misturados entre si. As histórias verbalizadas podem ser gravadas e partilhadas. Dado serem narradas pelas crianças, não existem fronteiras linguísticas e as ferramentas podem ser utilizadas em todo o mundo. Estão atualmente a ser também utilizadas no Brasil.O manipulativo digital Mobeybou e o Storymaker (direita) As aplicações de histórias (Story Apps) apresentam informação sobre diferentes culturas de uma forma lúdica, ao mesmo tempo que alimentam a criatividade das crianças e a criação das suas histórias.
O projeto Mobeybou foi considerado um exemplo de Boas Práticas pela ELINET- European Literacy Policy Network. As apps foram finalistas no festival ComKids, o maior festival de aplicações digitais do Brasil, e podem ser descarregadas gratuitamente na internet, clicando nos links abaixo:
Mobeybou em Cabo Verde
Mobeybou na Índia
Mobeybou no Brasil (em revisão, a publicar brevemente)
Mobeybou em Portugal (em revisão, a publicar brevemente)A app Mobeybou no Brasil * Alguns produtos da investigação:
Sylla, C., Gil, M., Pereira, ISP. (2022). Narrating by Doing: A Bridging Concept for Understanding and Informing the Design of Tangible Interfaces for Storytelling. Interacting with Computers, Volume 33, Issue 6, November 2021, Pages 627–640, DOI:10.1093/iwc/iwac016.
Sylla, Cristina; Heljakka, Katriina; Catala, Alejandro; Ozgur, Arzu Guneysu. (2022) Smart Toys, Smart Tangibles, Robots and other Smart Things for Children Editorial. International Journal of Child-Computer Interaction 33. DOI:10.1016/j.ijcci.2022.100489.
Sylla, C., Gil, M. (2021) A Close Look into the Storytelling Process: The Procedural Nature of Interactive Digital Narratives as a Learning Opportunity. International Journal of Entertainment Computing 41, 100466. DOI: 10.1016/j.entcom.2021.100466
Sylla, C.; Gil, M.; Pereira, Í.S. (2022). Untangling the complexity of designing tools to support tangible and digital intercultural story telling in troubled times: a case in point. Literacy, 56(1), 3-17. DOI:10.1111/lit.12263
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Notícias a respeito no blog do CIEC:
Projeto MOBEYBOU em destaque na revista "Evasões"
Semana da Ciência: CIEC em destaque na Rádio Antena1
Lançamento do "Mobeybou na Índia"
Agência para o Desenvolvimento e Coesão